O que foi a Revolução Constitucionalista de 1932 que completa hoje 81 anos
Entenda por que essa data é tão importante para os paulistas e para o Brasil – e se ela possui alguma relação com os recentes acontecimentos do nosso país
Obelisco em mármore travertino com 72 metros de altura. Dentro estão as cinzas de Martins, Miragaia, Drausio e Camargo, mortos em 23 de maio de 1932 |
Após a Revolução de 1930, golpe de Estado que levou Getúlio Vargas ao poder, aumentou muito a insatisfação na maioria dos Estados Brasil. Vargas concentrou poder e nomeou interventores nos Estados. Para São Paulo, nomeou o pernambucano João Alberto.
No estado de São Paulo era grande a insatisfação com o governo "provisório" de Vargas. Os paulistas esperavam a convocação de eleições, mas dois anos se passaram e o governo "provisório" se mantinha. Os fazendeiros paulistas, que tinham perdido o poder após a revolução de 1930, eram os mais insatisfeitos e encabeçaram uma forte oposição ao governo Vargas. Houve também grandes manifestações, com participação de estudantes universitários, comerciários e profissionais liberais.
Os paulistas exigiam do governo provisório a elaboração de uma nova Constituição e a convocação de eleições para presidente. Exigiam também, de imediato, a saída do interventor pernambucano João Alberto e a nomeação de um interventor paulista.
Os paulistas também criticavam muito a forma autoritária com que Vargas vinha conduzindo a política do país. Queriam mais democracia e maior participação na vida política do Brasil.
No dia 23 de maio é realizado um comício reivindicando uma nova constituição para o Brasil. O comício termina em conflitos armados. Quatro estudantes morrem: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo. As iniciais dos nomes destes estudantes (MMDC) viriam a se transformar no símbolo da revolução.
Em 9 de julho de 1932 teve início a Revolução Constitucionalista, que foi uma verdadeira guerra civil. Os paulistas fizeram uma grande campanha, usando jornais e rádios, conseguindo mobilizar grande parte da população. Os combates ocorreram, principalmente, no estado de São Paulo, região sul do Mato Grosso e região sul de Minas Gerais.
Nos poucos meses de conflito, São Paulo viveu um verdadeiro esforço de guerra. Não apenas as indústrias se mobilizaram para atender às necessidades de armamentos, mas também a população se uniu na chamada Campanha do Ouro para o Bem de São Paulo. Pela primeira vez buscavam-se iniciativas não apenas militares para romper o isolamento a que o estado fora submetido. Faltou, no entanto, a esperada adesão das forças mineiras e gaúchas. Os governos de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, embora apoiassem a luta pela constitucionalização, decidiram manter-se leais ao Governo Provisório.
Contando apenas com o apoio do sul do Mato Grosso, São Paulo enfrentou o poder militar das forças armadas federais. O resultado foi a rendição e derrota paulista em 28 de setembro de 1932. Cerca de três mil brasileiros morreram em combate e mais de cinco mil ficaram feridos durante a revolução.
Embora derrotados, os paulistas conseguiram alcançar alguns objetivos. Entre eles, a Constituição que acabou sendo promulgada em julho de 1934, trazendo alguns avanços democráticos e sociais para o país.
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