Aumento do nível do mar, tempestades frequentes e solo frágil comprometem patrimônios que, se somados, ultrapassam US$ 416.000.000.00
Miami, um paraíso capitalista feito de uma bela arquitetura, praias, festas e extravagâncias pode virar uma espécie de Atlantis norte-americana até o final do século – e há muito pouco que se possa fazer sobre isso. Pesquisadores afirmam que, com o aumento do nível do mar, é muito provável que a cidade passe a ruir com a água.
Em um artigo na revista Rolling Stone, Jeff Goodell entrevistou os principais especialistas sobre o assunto na região, incluindo Harold Wanless, presidente do departamento de Ciências Geológicas da Universidade de Miami.
Segundo ele, o que pode acontecer é resultado da soma das mudanças climáticas dos últimos anos com o aumento do nível do mar e as inevitáveis tempestades na região, cada vez mais severas. O fator fatídico é a geologia local, que não fornece uma base sólida o bastante para conter a crise que está por vir. Tudo isso coloca em risco patrimônios que, se somados, ultrapassam o número exorbitante de US$ 416 bilhões de dólares.
Em um artigo na revista Rolling Stone, Jeff Goodell entrevistou os principais especialistas sobre o assunto na região, incluindo Harold Wanless, presidente do departamento de Ciências Geológicas da Universidade de Miami.
Segundo ele, o que pode acontecer é resultado da soma das mudanças climáticas dos últimos anos com o aumento do nível do mar e as inevitáveis tempestades na região, cada vez mais severas. O fator fatídico é a geologia local, que não fornece uma base sólida o bastante para conter a crise que está por vir. Tudo isso coloca em risco patrimônios que, se somados, ultrapassam o número exorbitante de US$ 416 bilhões de dólares.
Os problemas com o solo não são exclusivos de Miami. Todo o sul da Flórida sofre com dois problemas. O primeiro é uma topografia extremamente plana. Mais da metade da área que circunda Miami está a um metro e meio acima do nível do mar, sendo que a maior elevação natural da região é um cume de calcário que vai de Palm Beach até o sul de Miami, atingindo a marca de três metros acima do nível do mar.
Isso significa que, caso a elevação do nível do mar seja de apenas um metro, mais de um terço do sul da Flórida deve desaparecer. Com um aumento de dois metros, mais da metade estará abaixo da água e caso a água suba três metros, o sul da Flórida pode não passar de um arquipélago isolado, com alguns prédios, viadutos e ruinas abandonados em meio à água.
E a inundação não virá apenas pelo lado leste, na região de Miami. Por seu terreno muito plano, a Flórida verá a água subir por ambos os lados, em uma velocidade assustadora. Para piorar, o solo na região traz um vasto planalto de calcário poroso.
"Imagine um queijo suíço e você vai ter uma boa ideia de como as rochas do sul da Flórida parecem", diz Glenn Landers, engenheiro sênior do Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos. Isso significa que a água se move com facilidade, penetrando por metros no solo quando a maré sobe, chegando a saltar para fora de buracos em campos de golfe.
O maior problema que ainda não existem tecnologias eficientes para estes casos. "Barreiras e paredões convencionais não são eficazes aqui", diz Robert Daoust, funcionário da ARCADIS, uma empresa holandesa especializada em soluções de engenharia para evitar danos pela elevação dos mares.
Quanto tempo o mar vai levar para subir?
Pesquisas recentes mostram que o problema está muito mais próximo do que investidores da região gostariam. Cientistas acreditam que o nível do mar pode subir mais de um metro até o final do século, o que garantiria que em menos de 90 anos, grande parte dos prédios de Miami podem ter sua estrutura condenada, o que é um prazo bastante curto para uma situação emergencial e que exige atos de proporções gigantescas.
Wanless acredita que, depois disso, o nível do mar pode passar a subir meio metro a cada dez anos, o que complica ainda mais a situação. Por enquanto, apenas uma mudança de posicionamento politico para investimentos públicos e uma redução mundial bastante drástica de CO2 podem ajudar Miami a sobreviver após este século. Fonte Climate Progress I II The New York Times [Megacurioso]
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