sexta-feira, 12 de julho de 2013

Por que os peixes da Antártida não congelam?

Você tem um peixe de aquário em casa? Se tiver, tente fazer a seguinte experiência: 

Pegue um copo grande ou uma caneca de plástico. Encha de água. Pegue o seu peixinho, coloque dentro do copo, coloque o copo dentro do freezer e espere algumas horas. Abra a porta do congelador. Seu peixinho vai estar congelado e morto, obviamente, certo? Então, por que os peixes que habitam os polos do planeta (Ártico e Antártico) não congelam? E olha que um freezer doméstico é menos frio do que 0° C. Como explicar que os peixes de águas geladas, que atingem – 1,8° C negativos, possam viver, nadar, comer e procriar?

A resposta, segundo da Universidade de Bochum (Alemanha), está no sangue desses peixes. Existe uma proteína, até pouco tempo desconhecida e sobre a qual quase nada foi estudado até hoje, que impede o congelamento do sangue dos peixes. Mesmo as espécies que vivem exclusivamente nessas áreas têm sangue com ponto de fusão de 0,9° C negativos, superior aos 1,8° C negativos da água em que vivem, portanto, deveriam congelar. Este enigma ficou sem solução por mais de 50 anos, até que esta proteína foi descoberta.

Para desvendar a fundo essa questão, os cientistas estudaram o organismo da Merluza-antártica (Dissostichus mawsoni), peixe que vive nas águas da Patagônia (Argentina) e mais para o sul. Os pesquisadores monitoraram, no sangue dos peixes, os movimentos das moléculas de água e das tais proteínas anti-congelantes. Descobriram, com essa técnica, que na presença da proteína as moléculas intensificam sua circulação. Ou seja, a proteína impede a formação de cristais de gelo.

Com ou sem proteína, no entanto, aconselhamos: não coloque seu pobre peixinho no congelador para tirar conclusões científicas. [Life's Little Mysteries] [Rafael Alves]

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